terça-feira, 24 de março de 2015

Sarau Sopa de Letrinhas

O Sarau está de volta!! A Troupe Parabolandos realiza mais um Sarau Absurdo, com muita musica, literatura, e é claro, uma sopa de letrinhas deliciosa para todos!!
E pra você tem um texto ou sabe cantar uma musica, venha mostrar seu talento maluco!!

Quando? dia 28/03 (sábado)
Que horas? às 19h
Onde? Espaço Cultural Troupe Parabolandos
Av. Antônio Marques figueira -581- Centro
E a entrada? É GRATUITA!!

                                *Sarau Sopa de Letrinhas*

quinta-feira, 5 de março de 2015

Heterônimos, os personagens dos escritores

"Ao contrário de pseudônimos, os heterônimos constituem uma personalidade, uma pessoa inteira viva e quase real criada por alguém que lhe dá características próprias e até senso de humor, visões de mundo e opiniões sobre tudo. O criador do heterônimo é chamado de ortônimo."
Um bom exemplo é o escritor português Fernando Pessoa, que deu a cada um de seus heterônimos uma historia, uma personalidade, um estilo e uma visão diferente do mundo, entre eles estão:
* Alberto Caeiro considerado o Mestre Ingenuo dos restantes heterônimos, foi um poeta ligado à natureza, que despreza e repreende qualquer tipo de pensamento filosófica, afirmando que pensar obstrui a visão ("pensar é estar doente dos olhos").
* Álvaro de Campos, um heterônimo que surgiu ainda na África do Sul, onde Pessoa passou a infância e adolescência. Depois de "uma educação vulgar de liceu" Álvaro de Campos foi "estudar engenharia, primeiro mecânica e depois naval".
* Ricardo Reis um dos quatro heterônimos mais conhecidos de Fernando Pessoa, tendo sido imaginado de relance pelo poeta em 1913 quando lhe veio à ideia escrever uns poemas de índole pagã.
* Bernardo Soares é, dentro da ficção de seu próprio livro, um simples ajudante de guarda-livros na cidade de Lisboa. Conheceu Fernando Pessoa numa pequena casa de pasto frequentada por ambos. Foi aí que Bernardo deu a ler a Fernando o seu "Livro do Desassossego".


Versos íntimos
Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão - esta pantera -
Foi tua companheira inseparável!
Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.
Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.
Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!
Augusto dos Anjos